domingo, 6 de julho de 2014

Aromaterapia Clínica - Entrevista com Dr.Penoel

Entrevista do Dr. Penoel com Alex Vicq (A Vida Natural)


Aromaterapia, Chave da Medicina Sistêmica.



 

 A Medicina em todas as universidades do mundo está sob o domínio do sistema industrial e médico.
 Este sistema perdeu completamente as raízes profunda da chamada medicina tradicional. Se nos referimos a Hipócrates, o pai fundador da medicina e da farmácia, na época em que estas duas áreas eram totalmente integradas, vemos que houve uma dissociação, principalmente após a Revolução Industrial.
Hoje a medicina acadêmica pratica a fragmentação do conhecimento e diz que devemos ser especialistas em todas as ciências para tratar de uma forma abrangente. Acreditou-se em dominar totalmente a matéria, dissecar, analisar, desintegrar – caso das Ciências do átomo - e se desintegrou similarmente aos seres humanos. Fomos fragmentando em fatias cada vez mais finas; agora, chegaram a um detalhamento de entendimento ultrafino, e percebem que o caso, em particular dos eminentes especialistas no seu próprio campo, é o entendimento totalmente desnaturado do primeiro significado da medicina.
Hoje, se possui grande poder sobre o material físico, químico e biológico,
mas a raiz médica, no sentido humano mais profundo está perdida,
exceto para aqueles que fazem um esforço para ter uma reflexão diferente.
O problema é que todo mundo quer desenvolver somente sua especialidade, e perde de vista o aspecto geral.
Para ilustrar como eu vejo a evolução desta visão, normalmente eu apresento um triângulo em cima do qual eu coloque o MHN - Medicina e Higiene Natural;
no topo, porque dá discernimento para entender bastante
do que acontece no corpo humano, tanto internamente
como nas suas relações com o ambiente externo.
Em um canto da base, eu coloco o “MAC”, - Medicina Analítico-Científica; aquela que é ensinada nas escolas médicas em todo o mundo – e no terceiro ângulo, eu coloco o MERS, as Medicinas Energética, Reflexo-Terapêutico Somático - onde cabe a auriculoterapia, a acupuntura, qualquer interação de energia do homem na relação com o meio ambiente, a medicina da habitação, a Geobiologia, etc...
Na intercessão destes três aspectos, tem-se consciência daquilo que eu chamo de medicina integrativa, e por causa da minha especialização com óleos essenciais, eu chamo de Medicina Aromática Integrada (MAI), na verdade, algo bem além do que é simplesmente chamado de Aromaterapia até o presente. O M.A.I. - Medicina Aromática Integrada, como centro de gravidade deste triângulo.
Pode-se muito bem usar os campos da medicina e da saúde naturais, o que é muito clássico nas aplicações de medicamentos alopáticos, devido às suas características farmacológicas, e definir a sua ação no contexto das medicinas energéticas.
Com a criação da Medicina Aromática Integrada, que vai além da Aromaterapia, Dr. Penoel pretende extinguir a divisão entre a medicina convencional, capaz de analisar em detalhes o bom ou mau funcionamento dos órgãos, e a medicina energética e ambiental, que conquista um inegável valor para a medicina como um todo, ou seja, uma medicina do homem verdadeiramente integral.
Com o advento das espécies aromáticas no planeta, as plantas criaram a possibilidade de uma medicina sistêmica porque os Óleos Essenciais têm um efeito global sobre o corpo e a mente. Provavelmente, para a maior parte da prática médica do século XXI, os fatos são irrefutáveis: alguns Óleos Essenciais contêm até 250 moléculas ativas diferentes, enquanto que na droga sintética, não se usa avaliar as interações de mais de 3 moléculas. Os óleos essenciais, portanto tem ação global, de amplo aspecto, que é mais similar a toda a fisiologia humana.

Como podemos praticar no hoje o impossível? Uma medicina sistêmica?

Para abordar a medicina sistêmica, é melhor fazer de uma maneira evolutiva.

Na psicoterapia.

Esta é uma área importante! Pois se encontra normalmente em qualquer abordagem médica, de ocorrência natural, de análise ou de energia.
Se você desenhar um grande círculo que vem abranger três pequenos círculos, vera que ao centro desses pequenos círculos formasse-a uma intercessão de maneira triangular; - Medicina Integrada Aromática – que demonstra ter um
papel integrador, unificador. Esta função integrativa e de caráter a incluir
(e não a exclusão), em relação à ética médica, é, obviamente, o oposto do fundamentalismo, uma vez que ao contrário de negar diferenças, ela unifica e complementa. Isso é um pouco a compreensão global dos fenômenos.
Não há nada na medicina que seja totalmente errado.
Pode-se praticar medicina alopática ruim como também se pode praticar medicina energética ruim. Especialistas de um campo erram quando rejeitam completamente o trabalho de especialistas de outro campo, sem sequer se dar ao trabalho de estudar o que eles fazem.
Em que a Medicina Aromática Integrada é melhor para proceder à integração das demais?     
O que é que habilita com as plantas, chegar a um sistema global mais facilmente do que qualquer outra coisa?
Para ilustrar a minha resposta, devo citar a minha história pessoal.
Na idade de 14, eu tive a minha primeira crise de consciência ecológica.                     Esses foram os primórdios da “Nature & Progress, e Marjolaine”  que realizou sua primeira exposição. A partir dai a minha vocação foi o primeiro impulso para que eu virasse-me para a agricultura orgânica e para me preparar para estudos agronômicos. Mas eu também tinha uma paixão de conhecer o corpo humano e de curar. Eu pensei que se eu me tornasse um engenheiro agrônomo, o mundo médico seria fechado para mim para sempre. Por outro lado, se eu me tornasse um médico, nada me impediria de voltar para o mundo das plantas e da terra.
Eu fiz essa escolha para conciliar duas paixões complementares.
Na verdade, como os seres vivos neste planeta Terra, que também é um ser vivo no universo, temos uma interface que nos permite estar na vida, este é o mundo das plantas. É esta relação que nos permite respirar oxigênio, alimentarmos e curarmos, esta é a base. Pode-se certamente encontrar remédios animais e minerais, mas, se não houvesse o mundo das plantas, teríamos quase nada para nos tratar. Através dos vegetais, estamos lidando com os mais velhos, mais complexos, o mais inteligente, o mais fino de todos os laboratórios. Se tivéssemos que reunir todos os estudiosos que existiram, existem e existirão, nem sequer chegaríamos ao que sintetizam a lavanda, o tomilho, o eucalipto.
Existe esta enorme oportunidade de nos beneficiarmos a partir da última parte da evolução das plantas, da evolução do mundo vegetal: a porção aromática.
O mundo aromático realmente começou com o aparecimento de coníferas no planeta Terra, pinheiros, abetos, ciprestes. Esta evolução representa um salto qualitativo na história da vida.
A Terra surgiu há 4.5 bilhões de anos. A vida emitiu sua infância molecular há 3,5 bilhões de anos. Depois surgiu um fator para a primeira evolução aromática com o aparecimento de coníferas, há 300 milhões de anos. Cem milhões de anos depois aparecem as angiospermas, ou seja, as plantas com flores.
Isto é o que eu chamei de “A segunda Revolução Aromática”.
Há aqui, uma tremenda explosão.
Após o desaparecimento dos dinossauros, os mamíferos que somos hoje, jamais teriam existido, se as plantas com flores, (que, em seguida, deu as sementes e todas as reservas de energia das quais os grupos de sangue quente aproveitaram-se para a sua manutenção), não estivessem lá para nos sustentar em tempos frios.
Além desses processos que nos alimentam, há processos que nos curam e os processos também nos permitem evoluir em outros aspectos.
Estas plantas aromáticas são de alguma forma o pináculo da evolução; o mundo das plantas, assim como nós somos, em princípio, a ponta da evolução do mundo animal.
Mas se, biologicamente, psicologicamente e espiritualmente, nós somos o ápice da evolução no reino animal, eu não tenho certeza de que o homem                            seja superior à lavanda.
A diferença é que o vegetal não se expressa da nossa forma, e quando desenvolvemos outra abordagem para esses seres vegetais, notamos fenômenos que vão muito além do que o mortal comum pode perceber quando se usa um sabonete de lavanda.
Então chegamos cronologicamente ao mundo das ervas aromáticas, e a terceira revolução acontece, que é a descoberta da extração de óleos essenciais.
Todas as civilizações e tradições étnicas usaram plantas, especialmente as aromáticas, para tratamento. Com uma tintura, elixir, planta em pó, escalda-pés, enfim; podemos fazer muitas coisas; mas quando estamos a lidar com um óleo essencial, algo literalmente fala com todos os sentidos, olfato, paladar, visão, penetrando a pele, na massagem e até espiritualmente! O óleo essencial é realmente o topo desta interface vegetal. E este ato de obtenção de óleos essenciais, especialmente por destilação, que ocorreram tanto na Índia, China, Egito, Mesopotâmia, etc., são inspirados pelo mesmo desejo de obter tão concentrado quanto possível e ter sempre disponível este extrato
fabuloso que é o óleo essencial.
No inicio obtendo por maceração, em seguida, praticando a alquimia da destilação. Transformamos uma massa vegetal crua em um concentrado da energia solar! Este óleo essencial é em si é um sistema, uma resposta aromática de complexidade sem precedentes.
É por isso que se definiu o óleo essencial como o mais alto grau de concentração de matéria, energia e informação. Isso nos traz a informação deste ternário aromático àquilo que eu imaginava, e é ensinado hoje no mundo inteiro. Esta ideia me veio ao trabalhar muito em nossos grandes autores franceses - Trabalhei com a "nova Rede", Jean-Marie Pelt, Joël de Rosnay, Hubert Reeves, todos os principais Sistêmicos franceses - e eu apliquei este pensamento sistêmico a fundo para saber como poderíamos obter o máximo de potencial a partir dos óleos essenciais.
E os Elixires Florais?
Isto é muito diferente, porque, de acordo com meu conhecimento se faz macerando pétalas de flores em uma água muito pura. Eu acho que os florais seriam um pouco mais para o lado homeopático, tal como substância diluída, enquanto na Aromaterapia trabalhamos com uma substância altamente concentrada.
Com os Óleos Essenciais, podemos trabalhar em todos os aspectos da medicina:    As lutas antibacterianas, antivirais, contra a doença extremamente complexas, e também pode ir muito além; nas áreas que afetam os planos emocional e espiritual.

Com florais de Bach, nós não temos esta pretensão.
Sabemos que vamos trabalhar mesmo tratando de extratos - sobre o aspecto emocional.
Globalmente, o que estar por vir é a conscientização da Ciência Aromática representando o poder da cura e transformando-se na medicina do século XXI, para ser verdadeiramente eficaz, mesmo sendo tecnologicamente muito avançada, adotando o uso do poder sistêmico deste mundo aromático das plantas.
O século XXI deve abandonar "todos os produtos químicos"
Os grandes laboratórios já conhecem e acompanham de perto a Aromaterapia.
Deve notar-se que a medicina que conhecemos hoje fez a sua revolução a partir da quimioterapia anti-infecciosa, isto é, a partir de sulfonamidas e antibióticos.
Mas se pensarmos no mundo de antibióticos, (é visto que incidiu sobre a humanidade um sistema sintético de podridão, sobre o mundo da entropia máxima), a química-farmacêutica é apenas capaz de embalar organismos muito simples, tais como os antibióticos, que são mofos em verdade. Quando se estiver perto de uma indústria fármaco-química, voce senti de longe o quanto estas fabricas fedem e poluem. Em vez disso, quando você anda no campo, nas montanhas, tendo a oportunidade de passar por perto de uma destilaria de Óleos Essenciais, seus sentidos olfativos operam assimilando as moléculas aromáticas que flutuam por todo o ambiente deixando no ar um aroma sutil de bem-estar.
Em termos médicos, chama-se corolário um fenômeno infeccioso de cheiro pútrido avisando que ali esta ocorrendo uma infecção; e se conseguirmos nos livrar deste cheiro é que destruímos a fonte, e removemos a colônia bacteriana.
Infelizmente a medicina se transformou quase de forma inequívoca em antibióticos e tem literalmente despejado milhões de toneladas deles em nossos corpos, na nossa alimentação e no meio ambiente.
Nos Estados Unidos, os antibióticos não estão mais atuando; eles estão promovendo cada vez mais a desmitificação desses produtos.
O Óleo Essencial é realmente a resposta, e é através de uma revolução que ocorrerá na medicina, na agricultura e no mundo industrial e  eticamente, esta revolução irá na direção da autonomia do paciente em relação ao médico.



Um comentário:

  1. Belissimo texto e ideias muito coesas a respeito da medicina e da medicina integrativa que devera ser praticada no futuro. Traz ainda a evolução da interação entre o homem e a natureza, colocando o foco nas aprendizagens sobre a Aromaterapia/Aromacologia . Parabens!

    ResponderExcluir